Assim que você decide começar educar seus filhos em casa e comunica isso a seus amigos, familiares e vizinhos esteja preparado para responder às mais diversas perguntas. Isso é um processo natural por dois motivos. Primeiro, porque existe curiosidade. As pessoas não conhecem o modelo de educação domiciliar. Segundo, porque há uma preocupação genuína com as crianças, afinal fomos ensinados que a criança precisa ir para escola.
Após este momento de ambientalização, onde dúvidas foram esclarecidas e o entendimento começa ser mais sólido, nós, pais educadores, temos uma séria tendência a querer descartar a escola. Afinal, se podemos educar nossos filhos em casa, por que eu precisaria de escola?
Este pensamento pode passar por sua cabeça, afinal, se decidimos educar em casa a escola poderia ser eliminada do cenário e tudo estaria resolvido, certo? Errado.
Quando pensamos em educação domiciliar, precisamos pensar em mais uma opção de modelo educacional para nossos filhos (hoje temos apenas a escola como modelo reconhecido) e entender que esta opção está disponível e a família pode escolher entre a escola e educar em casa.
No Brasil somos “obrigados” pela LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394 de 20/12/1996), Artigo 4, Inciso I a enviar nossos filhos a escola a partir de 4 anos de idade. Contudo, defendo que a família tem (ou deveria ter) a liberdade constitucional de educar seus filhos em casa.
Este entendimento é importante porque ao defender a educação domiciliar, não defendemos automaticamente o fim da escola. Esta nova opção dará aos pais a possibilidade de avaliar o que se adéqua mais para sua rotina e o que desejam para seus filhos, de modo a escolher entre escola e a educação domiciliar.
Entendemos que a instituição escolar precisa existir, e é através dela que muitas famílias que não têm condições de assumir a responsabilidade integral de educar seus filhos, irão conseguir cumprir a tarefa de educação formal (acadêmica).
A família ao decidir educar seus filhos pelo modelo escolar, deve, como toda família preocupada, ter critérios bem definidos para escolher entre uma ou outra opção de escola. A escola ideal é aquela que cumpre os requisitos definidos e que atinja critérios-base dos requisitos que sua família definiu.
Um exemplo. Uma família cristã, com 1 filho de 4 anos, que mora em uma pequena cidade no interior de SP. Esta família tem convicção de suas crenças e deseja o melhor para seu filho.
Neste caso, esta família teria basicamente duas opções (podem existir mais). Primeira opção, a família busca na cidade uma escola confessional (modelo de escola normalmente dirigido por uma denominação religiosa, por exemplo, Igreja Presbiteriana do Brasil). Esta escola tende a manter princípios bíblicos bem estabelecidos. Neste caso você deve conferir seus requisitos, fazer uma visita e avaliar se ela realmente cumpre ao que se propõe. Segunda opção, assumir a educação integral do filho através da educação domiciliar.
Eu sempre acredito que mesmo com uma escola confessional, a família que tem condições sempre deveria optar pela educação domiciliar. Entendo que ninguém melhor do que a família para conhecer seus filhos e aplicar o conhecimento necessário. Mas, também entendo que nem sempre isso é possível. Por este motivo acredito que valha a pena uma reflexão profunda neste assunto.
A escola nunca vai acabar. Ela é, em último momento, a opção que a família tem para que de um modo ou de outro a criança aprenda o básico para viver em sociedade. Os critérios neste caso deveriam ser muito avaliados, e nunca apenas enviar nossos filhos a escola sem acompanhar.
Não imagine que, porque você escolheu educar em casa, todos devem ou têm condições de assumir tal responsabilidade. Converse, entenda a realidade da família e se assim ela desejar, ensine o que você sabe sobre educação domiciliar, a fim de ajudar que mais uma família consiga praticar este método.
Reflita neste vídeo.
PS.: A medida provisória em prol da educação domiciliar citada no vídeo não se concretizou.
Um abraço,
Emerson Almeida.
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Texto: Emerson Almeida – Pai Educador – Equipe Educalar
Revisão do Texto: Barbara Beatriz – Mãe Educadora – Equipe Educalar
Fonte Imagem: Educalar
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