As funções executivas regulam o comportamento humano e correspondem a um conjunto de habilidades que permitem ao individuo interagir e agir no mundo de forma intencional, a partir da criação, supervisão, (re) adaptação e metas.

Envolve a formulação de um plano de ação e, para tanto, considera experiências prévias individuais e demandas ambientais impostas, permitindo a idealização de uma sequência apropriada de ações selecionadas de forma esquematizada para a execução do plano inicial. Tais ações ainda precisam ser monitoradas em suas várias etapas e, muitas vezes, adaptadas ou alteradas de acordo com as circunstâncias atuais. 

As funções executivas também são conhecidas como funções de supervisão, funções frontais, funções de controle e sistema supervisor. Integram uma constelação e por isso também são chamadas de “função guarda-chuva”. Elas correspondem a um conjunto de habilidades que, de forma integrada, permitem ao individuo direcionar comportamentos e metas, avaliar a eficiência e a adequação desses comportamentos e metas, avaliar a eficiência e a adequação desses comportamentos, abandonar estratégias ineficazes em prol de outras mais eficientes e desse modo, resolver problemas imediatos, de médio e de longo prazo.

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Definição

Inibição – Capacidade de conter uma resposta predominante, automática ou previamente aprendida que pode ser inadequada ou irrelevante no contexto atual, sendo responsável pelos comportamentos impulsivos. 

Memória Operacional – Responsável pelo armazenamento temporário e limitado de informações relevantes para o cumprimento de determinadas tarefas em um dado momento, permite a manipulação dessas informações, exercendo controle atencional e inibitório. 

Flexibilidade Cognitiva – Capacidade de mudar o curso do pensamento ou das ações de acordo com as exigências do ambiente. Requer do sujeito que explore conceitos e ações mudando suas condutas da maneira mais apropriada, impedindo a perseveração. 

Planejamento – Capacidade de identificar e organizar ações sequenciadas e hierarquizadas que conduzem o individuo a um objetivo. 

Atenção executiva – Podendo ser seletiva ou concentrada, envolvendo inibição seletiva de aspectos irrelevantes dos estímulos ou inibição de estímulos distratores. 

Tomada de decisão – Envolve a escolhe de uma entre várias alternativas em situações que incluem análise de risco. As alternativas são analisadas com base no histórico de situações semelhantes regras específicas que podem estar em efeito no momento da tomada de decisão, e aspectos emocionais que envolvam tanto as alternativas quanto os resultados da decisão. 

Categorização – Agrupamento de elementos que compartilhem propriedades. Relaciona-se com a formação de conceitos, deduções, induções e abstrações. 

Monitoramento – Monitoração de ação proposital envolvendo autorregulação do seu comportamento e a monitoração do desempenho efetivo, avalia se um comportamento está apropriado para o alcance do objetivo traçado, bem como a flexibilidade e a capacidade e a capacidade de modifica-lo em caso de ineficácia. 

Fluência – Capacidade do individuo emitir uma série de comportamentos de acordo com uma regra ou estrutura especifica determinada pelo ambiente. 

As Funções Executivas são habilidades relacionadas á capacidade das pessoas de se empenharem em comportamentos orientados e objetivos, ou seja, á realização de ações voluntárias, impendentes, autônomas, auto-organizadas e direcionadas para metas especificas. 

 São habilidades que, integradas, capacitam o individuo a tomar decisões, avaliar e adequar seus comportamento e estratégias, buscando a resolução de problemas. Permitem ao individuo perceber e responder de modo adaptativo a estímulos, responder frente a objetivos complexo proposto, antecipar objetivos e consequências futuras, e mudar planos de ação de modo flexível. 

Elas são plenamente desenvolvidas apenas nos seres humanos. Iniciam seu desenvolvimento por volta de 12 meses de idade e maturação até aproximadamente 20 anos. Tem como base o córtex pré-frontal. 

Funções executivas  

Inibição: Inibição ou controle  inibitório se refere á habilidade de controlar comportamentos inapropriados, assim como os processos de atenção e os pensamentos. Essa habilidade coloca o individuo no controle de seus processos cognitivos e comportamentos, suplantando o controle por eventos externos, emoções ou tendências prévias ou automáticas. 

Essas habilidades começam a se desenvolver precocemente, em torno de 12 meses de idade, com um curso de desenvolvimento durante a infância, mais pronunciado entre 3 e 5 anos, até meados da adolescência, quando atinge o nível equivalente de adulto. 

Inibição comprometida: autonomia comportamental pode parecer, de modo que passa a agir sendo incapaz de inibir respostas inadequadas e de regular sua conduta. Estabelecer-se grande dependência entre o comportamento e as contingências ambientais. Comprometimento após lesão neurológica tem sido relacionadas á problemas de comportamento, incluindo impulsividade, baixa tolerância á espera, com necessidade de recompensa imediata e déficits na autorregulação. 

Memória de trabalho – Memória de trabalho ou memória operacional pode ser compreendida como a habilidade de sustentar a informação em mente por tempo limitado. 

Permite a manipulação mental da informação, possibilitando ao individuo relacionar ideias, integrar informações presentes com outros armazenamentos na memória de longo prazo, para lembrar sequência ou ordens de acontecimentos, projetar sequências de ações no futuro, entre outras. Apresenta um longo curso de desenvolvimento, que parece iniciar precocemente, quando a criança adquire a noção de permanência de objetos, ou seja, quando é capaz de representar mentalmente o objeto na sua ausência física. 

Evidências sugerem que essa habilidade continua a se desenvolver ao longo da infância e adolescência até a vida adulta. Estudos indicam um papel importante da memória de trabalho na aprendizagem escolar formal, especialmente na compreensão da leitura e a compreensão aritmética.   

Flexibilidade: habilidades de mudar o foco atencional, perspectivas prioridades ou regras e adaptar-se ás demandas do ambiente. Ser flexível requer a capacidade de tomar ou considerar diferentes abordagens a uma situação ou problema. Essa habilidade parece estar relacionada ao conceito de criatividade e possibilita ao individuo lidar  com situações novas, sem que fique preso a padrões rígidos ou pré estabelecidos de comportamento.  

Evidências apontam para um desenvolvimento significativo entre 5 e 7 anos de idade, apesar do contínuo crescimento ao longo da infância e adolescência, até torno dos 15 anos. 

Alterações nesta habilidade podem incorrer de padrão de rigidez cognitiva e comportamental. Por exemplo, pessoas com déficits na flexibilidade apresentam limitações na compreensão e na explicação de provérbios, ficando limitados ao sentimento concreto da frase, com dificuldade na abstração e no sentido figurado. 

Crianças com alterações na flexibilidade não tentam diferentes abordagens para resolver problemas e frequentemente ficam ansiosas com a mudança nos planos e rotinas. Assim, a flexibilidade tem papel importante  no ajustamento  do individuo ás demandas e exigências do meio, permite que considere diferentes perspectivas e se engaje em situações novas.  

Atividades para estimular ás funções executivas dos 6 aos 18 meses 

– Esconde-esconde; 

– Escondendo um brinquedo;

– Jogos do ambiente;

– Jogos de imitação;

– Macaco disse, o mestre mandou e carneirinho, carneirão;

– Pequenas tarefas domésticas;

– Conversas; e

– Leitura em voz alta.

Atividades para estimular as funções executivas  dos 5 aos 7 anos 

JOGOS DE CARTAS E TABULEIROS

– Jogos de tabuleiro tradicionais;

– Outros jogos de tabuleiro; 

– Jogos de cartas; e

– Jogos que requerem respostas rápidas e monitoramento também são bons desafios para atenção e a inibição. Tapão é um exemplo, e pode ser jogado por 3 pessoas ou mais. 

BRINCADEIRAS MUSICAIS

– Canções acumulativas;

– Cânones; e

– Melodias com brincadeiras de mão.

ATIVIDADE FÍSICA

-Esportes e artes marciais; e

-Estátua e dança da cadeira.

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REFERÊNCIAS

(Gazzaniga, Ivry & Magun, 2006; Sullivan, Riccio & Castillo, 2009)

(Malloy-Diniz, Sedo, Fuentes & Leite, 2008)

(Strauss, Sherman & Spreen, 2006)

ARAÚJO, Luiza, Atividade para Estimular as Funções Executivas dos 5 aos 7 anos. Disponível em:< http://comoeducarseusfilhos.com.br/blog/atividades-para-estimular-funcoes-executivas-dos-5-aos-7-anos/> Acesso  em 11 de Janeiro de 2020. 

ARAÚJO, Luiza, Atividade para Estimular as Funções Executivas dos 6 ao 18 meses. Disponível em: < http://comoeducarseusfilhos.com.br/blog/atividades-para-estimular-as-funcoes-executivas-dos-6-aos-18-meses/> Acesso em 11 de janeiro de 2020. 

Brião 158 , C. J., Campanholo, K. R. Funções executivas. In: Miotto, E. C., Manual de Avaliação Neuropsiológica:a prática da testagem cognitiva. São Paulo: Memnon, 2018.

CYPEL, S. (org). Funções executivas e desenvolvimento na primeira infância: habilidades necessárias para a autonomia. São Paulo: Fundação Cecília Souto Vidigal, 2016.

Menezes, A., Godoy, S., Teixeira, M. C. T. V., Carreiro, L. R. R. & Seabra, A. G. (2012) Definições teóricas acerca das funções executivas e da atenção. In: Seabra, A. G., Dias, N. M. Avaliação Neuropsicológica Cognitiva: atenção e funções executivas, volume 1. São Paulo: Memnon.

SEABRA, A. G., REPPOLD, C. T., DIAS, N. M., PEDRON, A. C. Modelo de funções executivas. In: SEABRA, A. G. Inteligência e Funções Executivas: avanços e desafios para a avaliação neuropsicológica. São Paulo: Memnon, 2014. P. 39-50.

Texto: Daniele A. Linhares – Equipe Educalar
Revisão Texto: Emerson Almeida – Equipe Educalar
Fonte Imagens: https://www.pexels.com/pt-br/foto/bonitinho-brinquedo-crianca-filho-1598122/

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