Por Dani Gava
Maio de 2020

No artigo anterior eu reparti um pouco com vocês a nossa rotina de família educadora com três filhos. Hoje quero compartilhar como é importante estudarmos as escrituras diariamente.

Eu nem sempre tive o hábito de estudar a bíblia. Nasci em um lar cristão (sou filha de pastor), mas fui começar a estudar a bíblia mesmo depois que me casei. Quando comecei a viver a vida como esposa percebi que eu sabia bem pouco o que era ser uma esposa segundo o padrão de Deus e o casamento me mostrou uma Daniele que eu não gostei de conhecer (egoísta, preguiçosa, orgulhosa e, pior de tudo, alguém que cresceu na igreja, mas não conhecia a Deus!).

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A princípio confesso que não busquei as escrituras para conhecer a Deus, mas sim para ser a “esposa perfeita”. Um tempo depois, quando minha filha mais velha já tinha 2 aninhos e começou a manifestar traços de rebeldia, percebi que não sabia ser mãe, biblicamente falando (educação, disciplina, instrução…). Novamente recorri a estudos mais aprofundados das escrituras para entender o que Deus pensava sobre a maternidade. Mais uma vez não estava buscando conhecer a Deus, estava buscando como ser “a melhor mãe” e como ter “os filhos mais educados possíveis”!

Sempre fazia a minha “devocional”. Ora eu seguia um livro devocional, ora eu lia a bíblia de Gênesis a Apocalipse, um capítulo ou dois por dia e grifava o versículo que mais me chamava a atenção. Mas quando meus filhos entraram na fase dos “por quês”, percebi que ainda não tinha estudado o suficiente, não sabia como responder a muitas perguntas deles. Entendi que precisava estudar ainda mais! Novamente, continuei a estudar para saber dar as respostas corretas aos meus filhos, mas não para conhecer a Deus!

Quando meu filho do meio tinha oito anos ele teve um problema de saúde que o fazia chorar de dores de cabeça insuportáveis e labirintite, da hora que acordava até a hora que ele conseguia dormir (lá pelas 3 horas da manhã). Isso durou uns cinco meses sem diagnóstico e mais três meses de tratamento até ele voltar ao normal. Durante os primeiros cinco meses ele foi perdendo a capacidade de andar sozinho. Foi um sofrimento que eu não consigo explicar com palavras. Uma mãe acompanhar seu filho chorar, gritar, se irar de dor o dia inteiro por cinco meses, sem conseguir dar nenhum alivio a ele… Enfim, estou compartilhando esse momento de nossa vida porque foi o quando tudo mudou!

Quando essa crise passou foi como se um tornado tivesse passado em nossa vida e agora estávamos contabilizando os estragos! No auge do sofrimento comecei a ver a doce mão disciplinadora de Deus sobre mim. Era como se aquela dor estivesse arrancando minha cegueira para o meu pecado de idolatria.

Veja bem, é legítimo o desejo de ser uma boa esposa, boa mãe e boa dona de casa. Mais do que legítimo, é bíblico! Mas a grande questão é que se esse desejo estiver no lugar errado, se torna pecado. E foi exatamente o que aconteceu comigo. Eu percebi que servia com muito zelo a um Deus que eu não conhecia. Percebi que nunca tinha ido às escrituras para me encontrar com meu Senhor e Salvador. Então pela primeira vez eu comecei em Gênesis e fui até Apocalipse para “ver” o meu Deus, para conhecê-lo.

Hoje eu e meu esposo temos diariamente um tempo de estudo das escrituras juntos, antes das crianças acordarem. Lemos a Bíblia de Gênesis a Apocalipse. Quando acabamos, recomeçamos (lemos em média cinco capítulos por dia) e depois temos um tempo de oração.

Essa experiência de ler a Bíblia para “ver” e conhecer a Deus tem sido algo maravilhoso! E fazer isso junto com meu esposo nos uniu de uma forma que nenhum outro livro ou eventos sobre casamento, encontros de casais ou cursos de casais foi capaz de fazer.

Quanto mais eu conheço a Deus, mais eu O amo, mais eu O temo, mais eu me alegro nEle.
Quanto mais eu conheço a Deus através do Seu livro, mais eu confio Nele e descanso NEle.
Quanto mais eu conheço a Deus, mais Ele é suficiente para mim.

Quero terminar com uma frase do livro “Lendo a bíblia de modo sobrenatural”, de John Piper (que recomendo enfaticamente):

“O alvo da bíblia é criar pessoas autênticas que se mostram tão satisfeitas em Deus, que seu comportamento exterior mostra que Deus é o seu maior tesouro – não o dinheiro, o poder, a fama, o prazer sexual, a família, a igreja ou mesmo o céu, onde não há doenças. Deus é o valor supremo no coração, e isso mudou tudo.”

Texto: Dani Gava – Equipe Educalar
Revisão do Texto: Barbara Beatriz – Equipe Educalar
Fonte Imagem: Dani Gava – Equipe Educalar

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